segunda-feira, 23 de julho de 2012

Os Duendes da Lua, Capítulo I: O Início

Espécies Mágicas dos Primórdios da Criação entrando em
contato com as Energias Telúricas durante um Conselho de
Segurança Mágica Inter-Temporal.

Nos primórdios da Criação do Universo, quando a Entidade Criativa Que Ficou Entediada E Resolveu Criar Coisas Bacanas Do Nada Para Passar O Tempo tomava uma xícara de chá gelado com dois cubinhos de açúcar para descansar do Grande Feito Grandioso De Todos Os Feitos, algumas gotas de seu chá divino caíram no planeta que hoje nos acostumamos a chamar de Terra, dando origem às famosas, ou nem tanto assim, Espécies Mágicas Dos Primórdios Da Criação.

De todos os seres pertencentes às Espécies Mágicas Dos Primórdios Da Criação, os mais poderosos eram, sem dúvida, os Duendes da Grande Fÿhllirën e seus charmosos cachos nas orelhas. Esta população vivia calmamente nos bosques temperados da atual Irlanda e possuía o dom de conectar-se intimamente com as Energias Telúricas.

Uma vez que os Espíritos da Terra eram os responsáveis por todo o ciclo de vida do planeta - e, se ficassem entediados ou insatisfeitos poderiam resolver causar um terremoto ou confundir as estações do ano só para se divertirem -, o dom dos simpáticos duendes era de extrema importância durante aquele período. Não era apenas devido aos garbosos cachos que saíam de suas orelhas que aqueles possuíam os mais altos cargos do Conselho De Segurança Mágica Inter-Temporal.

O Conselho de Segurança Mágica Inter-Temporal [CSMIT] era uma organização das Espécies Mágicas Dos Primórdios Da Criação que visava a segurança de todos os Seres Mágicos que vivessem no Planeta Terra ou nas proximidades dele, independentemente de qual Era pertencessem. Nele, discutiam-se projetos sobre os Meios de Transporte Mágico, a Ética do Poder Telepático, a Necessidade De Se Criar Regras Para Os Vôos Noturnos, entre muitos outros, enquanto jogavam bocha e bebiam frappuccinos alcoólicos.[1]

Por três Eras tudo correu na mais perfeita e maçante tranquilidade, até que Kashwëhnå, A Estranha, tornou-se rainha do povo da Grande Fÿhllirën. Documentos encontrados relatam que esta era a duende mais bela e mais charmosa da qual se tem conhecimento, com a pele muito alva, sardas púrpuras nas bochechas e cachos cor-de-abóbora cintilantes saindo das orelhas. Tais documentos nos dizem, ainda, que Kashwëhnå dizia ter tido relações sexuais com a Entidade Criativa Que Ficou Entediada E Resolveu Criar Coisas Bacanas Do Nada Para Passar O Tempo, falava sozinha, tinha visões apocalípticas e babava.
(Dizem também que sua baba era púrpuro-berrante e possuía poderes curativos, mas poucos aventuravam-se a ingerir tal pasta).[2]

A Grande Mudança se deu em um Equinócio de Primavera, quando, durante uma comemoração de mais uma crise histérica e alucinada da Rainha Kashwëhnå, surgiu no horizonte a figura pequena e bizarra de Ròhlumm Abdä, o Primeiro Goblin Ûhrk.

Os Goblins Ûhrk, de acordo com pesquisas recentes [3], foram possivelmente os frutos de cruzamentos incrivelmente férteis dos seres mutantes da antiga raça dos Thünnh Åhmee, os Primeiros Anões, com os exemplares da espécie Qözkåc Yuhmeë, os Seres Reptilianos. Tais Goblins possuíam uma pele escamosa de coloração mutável, dedos longos com unhas afiadas e olhos grandes e amarelos. Da antiga e bela raça dos Thünnh Åhmee sobrara apenas as cintilantes barbas encaracoladas. O principal poder dos Goblins Ûhrk era sua voz macia e venenosa que hipnotizava qualquer ser que tivesse ouvidos para suas palavras.

Ròhlumm Abdä, O Primeiro Goblin Ûhrk, tinha em mente um plano diabólico quando despontou no Reino Da Grande Fÿhllirën: Desestabilizar os poderosos duendes, fazê-los perderem seus poderes telúricos, destituí-los dos cargos que ocupavam no CSMIT e instaurar uma Ditadura Diabólica Em Favor dos Goblins Ûhrk.

E foi justamente com esta intenção que o persuasivo serzinho foi procurar pela Rainha Kashwëhnå, a Estranha.

...

NOTAS:

[1] YOHLËG, Stephan Zinngner - CSMIT: Conselho de Segurança Mágica Inter-Temporal ou Apenas Mais Um Clube De Bocha? - Ed. BoaVentura, Zona Escura Da Lua, 252 N. E.

[2] DENDORIAN, Gimena Venceslau (org.) - A Estranha Coroada: Compilação de Manuscritos Fÿhllirënianos Da Era Migratória - Ed. Luneta Verde, Bosque Dos Gnomos Cor-de-Abóbora, 666 N. E.

[3] PACHECO, Salazar Monteÿn & PORLAHZ, Clarabel Ovídia - A Espécie Vilipendiada: os Goblins Ûhrk e suas contribuições para o Reino Mágico - Editora Nonsëhnse, Porão Vermelho, 2010 E. H.

...

(Continua AQUI)

Nenhum comentário:

Postar um comentário