sexta-feira, 19 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

Apatia


Acordou aquele dia como sempre acordava, bebeu seu café preto como sempre bebia, comeu duas torradas como sempre comia.

Entristeceu-se por nada, como sempre acontecia.

Vestiu-se pro trabalho como sempre se vestia, caminhou pela rua como sempre caminhava, conversou com seu vizinho como sempre conversava.

Imaginou-se em outro mundo, como sempre imaginava.

Chegou ao escritório como sempre chegava, sorriu para os colegas como sempre sorria, fez o seu serviço como sempre fazia.

Sentiu-se miserável, como sempre se sentia.

Saiu às seis da tarde como sempre saía, jantou no Japonês como sempre jantava, chegou em casa às oito como sempre chegava.

Pensou em se matar, como sempre pensava.

Tomou os seus remédios como sempre tomava, bebeu goles de uísque como sempre bebia, distraiu-se com a tevê como sempre se distraía.

Morreu aquela noite, como sempre morria.

(E, nos dias seguintes, tudo se repetia.)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Escrita aleatória ligeiramente (?) psicodélica


Estrela. Guimba. Poente. Jacaré. Dândi. Caudaloso. Filho.

DROMEDÁRIOS!

Castelos de cera derretendo-se em pequenos cubos de açúcar cristalizado são quase, mas não exatamente, completamente diferentes de uma xícara de feijão com arroz, bife e batatas-fritas.

Os sapatos vermelhos da senhora de frigideira na cabeça não podem levá-la a lugar algum: nenhum deles sabe qualquer canção instrumental cantada pelos Rolling Stones.

A margarida esqueceu-se de que um dia foi rainha e de que tinha uma bergamota de estimação - mas os buracos-caleidoscópicos que se abriram em Galápagos nada tinham a ouvir com isso.

ORNITORRINCOS!

Mamão. Jaguatirica. Sílfides. Chorumelas. Taumaturgo. Polvo. Milho.

(E o que diabos carregando cargas d'água a joaninha amarela de óculos espelhados queria me dizer?)

...

Quarentaedois.