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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Sobre Deus, pelo Velho Eremita da Montanha Azul De Bolinhas Vermelhas

Deus?
Certamente já está na hora de um novo deus tomar o poder.
Claro, nada mais natural.
É assim desde sempre, não é?
Um deus assumindo no lugar do outro, eu quero dizer.
Ciclo natural do Universo, todo mundo sabe disso.
O problema seria se se tentasse recolocar um antigo deus no poder: aí, sim, as coisas poderiam ser bastante catastróficas.
Porque os deuses antigos estão seguramente mortos.
Ou esquecidos.
Ou mais preocupados em encher a cara e jogar pingue-pongue em algum planeta aleatório com uma espécie pseudo-inteligente muito mais interessante do que a humana.
Você não acha?
Pois bem.
Que tal uma partida de bolinhas de gude?

...

Uma coisa é você acreditar em algum deus. Outra, é ele acreditar em você.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Possível Conversa Entre Duas Figuras Muito Famosas Do Imaginário Cristão


Um boteco de esquina, duas figuras granuladas em uma mesa, garrafas de cerveja vazias a um canto, conversas aleatórias espalhadas ao acaso.

- Garçom, poderia trazer-nos uma porção de batatas-fritas, por favor? - pede a figura granulada de cabelos compridos e grisalhos, uma enorme barba cinzenta trançada em três partes e salientes bochechas rosadas.

- Batatas-fritas? Não sabia que você gostava dessas coisas - responde a figura mais jovem, bronzeada, com um cavanhaque negro no queixo triangular e enormes óculos escuros.

- Nada melhor do que batatas-fritas para acompanhar essas cervejas.

- E nada melhor do que estas cervejas para acompanhar de camarote esse nosso jogo com os humanos, não é?

- Eu disse a você que criar estas figuras seria divertido.

- Mais divertido ainda é jogar com a cabeça deles como estamos fazendo agora!

- Concordo com você. Um brinde a isso?

- Um brinde!

...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Beû-deh-råanismo

Rito de celebração do culto à Bhrëdjah.

Beû-deh-råanismo (do embriaguês tradicional Beû-deh-råa, estado de consciência alterado em conexão com o divino) é uma religião filosófica mono-politeísta fundamentada na concepção do Carpe Diem cujas crenças e rituais comportamentais baseiam-se nos ensinamentos meditados pelo monge filósofo Bottkho Bähr.

Bottkho Bähr, organizador dos fundamentos beû-deh-råasiviveu e desenvolveu seus mandamentos durante o período medieval em um mosteiro na atual Alemanha.
Bähr afirmava ter recebido um chamado divino de Bhrëdjah, a Grande Deusa de Älkholl, durante um transe que lhe foi por ela mandado enquanto confraternizava em uma taverna da região. Em sua demanda, a divindade instruía-o a pregar a Beû-deh-råa como uma religião de fraternidade, amor, confraternização e, por quê não?, diversão.
O monge levou o chamado da divina Bhrëdjah muito a sério, dedicando toda a sua vida à pesquisa dos conceitos beû-deh-råasi, à criação de rituais de aproximação com o divino e à arrecadação de fiéis para seu recém-fundado culto.
Morreu cedo, porém, de alguma doença desconhecida no fígado.

Deuses e crenças
De acordo com a religião beû-dheh-råasi, no princípio do Universo havia apenas uma imensa poça de líquido transparente e inebriante. A partir dela, a fim de exaltar Toda A Sua Grandeza Infinita e Todo O Seu Poder Universal, a Prima-Entidade Älkhoollikha fez com que surgissem as chamadas Divindades Primordiais Menores, personificando as principais facetas de sua personalidade um tanto quanto esquizofrênica.

Entre inúmeras outras, as Principais Divindades Primordiais Menores Surgidas Da Poça Inebriante Primordial Pela Palavra Da Prima-Entidade Älkhoollikhan são:

Bhrëdjah, a Grande Deusa, a primeira entre os primeiros.
Cultuada de diversas formas por diversas populações de países bem diversos como Brasil e Alemanha.

Wynnhö, o Grande Deus, o sangue de todos os sangues.
Sua versão popular é muito celebrada por adolescentes, mas seu culto mais reconhecido ocorre no Porto, em Portugal.

Uyhskyii, deus do poder, do dinheiro e das coisas materiais.
Muito invocado pela alta burguesia, alta aristocracia e alta hipocrisia.

Rwuhn, deus das viagens, dos mares e oceanos.
Celebrado especialmente por mercadores marítimos, corsários e bucaneiros.

Phyng-aäh, deusa da agricultura, do campo e das coisas simples da vida. À época da colonização brasileira, era também padroeira dos escravos.

Wvodhkcå, deusa do frio, do inverno e da neve.
Cultuada na sua forma mais pura nas regiões geladas da Rússia.

Llyckhôur, deus da espirituosidade, da elegância e da doçura da vida.
Muito celebrado pela nobreza.

Âbbsy-nntoh, deus do submundo e das alegorias psicodélicas.
Apreciado por alguns e temido por muitos.

Cultos
Os cultos beû-dheh-råasi são reconhecidos mundialmente pela sua descontração, sociabilização e interação.
A frequência com que costumam acontecer depende muito do quão devoto é o fiel que o organiza, variando de uma a sete vezes por semana.

Durante as celebrações, costuma-se ingerir uma determinada quantidade de poção inebriante que ativa a capacidade dos devotos de se comunicarem com as essências da personalidade da Prima-Entidade Älkhoollikha .
Para cada uma das Principais Divindades Primordiais Menores Surgidas Da Poça Inebriante Primordial Pela Palavra Da Prima-Entidade Älkhoollikha que se queira celebrar há um líquido específico diferente que deve ser consumido durante o ritual a fim de alcançar o nirvana e cultuar as altas concepções filosóficas desta antiga religião.

Os principais rituais de adoração podem ser divididos nas categorias Doméstico ou Bährístico.
Os ritos domésticos são celebrados por grupos de conhecidos em seus próprios domicílios, sem necessidade de mediação sacerdotal para a ingestão do líquido sagrado e para o encontro com o divino.
Os ritos bährísticos (em alguns locais também conhecidos como bottkhísticos) são realizados em templos especializados e mediados pelos sacerdotes Gharrssönns, responsáveis por oferecer aos fiéis a poção sagrada de culto.
Há, também, os rituais público-praçais, muito praticados por adolescentes residentes em pequenas cidades interioranas e devotos que sofrem de falta de riqueza crônica, nos quais as rodas de fiéis encontram-se nas praças da cidade e ali mesmo celebram o divino abertamente.

Obs. I: O Líquido Sagrado Da Vida, ou Poção Inebriante De Culto, ou Venerável Bebida Älkhoollikha, se ingerida em excesso, pode ocasionar náuseas, apagões mentais e vergonha moral em nível extremo.

Obs. II: É terminantemente proibido o manejo de automóveis, máquinas pesadas e torradeiras elétricas durante ou após cada um dos cultos.

Obs. III: Hoje é sexta-feira. VAMUBEBÊ!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sobre os Sacanas Que Controlam O Destino Da Humanidade

Você já parou para pensar em como os seres que controlam o destino da humanidade conseguem ser definitivamente sádicos e sacanas?

Imagine uma sala circular no topo de uma torre de altura incalculável.

Imagine cortinas furta-cor caleidoscópicas, grafites coloridos nas paredes, vídeo-games de realidade virtual conectados vinte e quatro horas por dia, jogos de tabuleiro revirados, revistas de histórias em quadrinhos e livros de filosofia espalhados no tapete, pacotes de salgadinhos pela metade, garrafas de cerveja vazias e maços de cigarros meio amassados jogados pelo chão.

Imagine várias janelas ovais com telescópios apontados para todos os territórios da Terra e alguns seres indefiníveis largados em poltronas coloridas e confortáveis vestindo bonés de beisebol, óculos escuros e tênis All Star.

- Mano! - diz um destes indefiníveis seres - Que tédio!

- Podiscrê - responde o outro, que usa um moicano verde na cabeça - Quer jogar mais uma partida de Street Fighter, Bob?

- Ah, Zod - responde o primeiro - Tô de saco cheio, já.

- Caras - diz um terceiro, de barbicha, enquanto fumava na janela - Vocês tão ligados que tem uma galerinha esquisita lá em baixo, não?

- Uma galerinha esquisita? - diz o que se chamava Zod - Como assim, Tod?

- Se liga, olha lá! Será que eles veem a gente?

- Vixe, acho que não - diz Bob, acenando entusiasticamente pela janela - Da onde esses trecos vieram?

- Sei lá, mano. Vai ver foi a cinza desse cigarro horroroso do Tod que criou vida - responde Zod.

- Véi - diz Bob dando um pulo com os olhos brilhando - Será que a gente consegue brincar com eles?

- Brincar? Como assim?

- É! Tipo fazer chover bem no dia em que eles marcaram de ir à praia. Ou colocar umas ideias malucas nas cabeças deles para ver o que acontece depois. 

- Manolo, isso vai ser muito divertido!! - diz Zod, animado, abrindo uma garrafa de cerveja e sentando-se em frente a um dos telescópios - Quem é que vai buscar as pipocas?

...
Bob, Zod e Tod: Os Sacanas Que Controlam O Destino Da Humanidade
...

É, véi. Eles devem estar se divertindo horrores, agora.

XD

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Breve Consideração Sobre A Criação Divina

Lá estava Deus, alegre e contente, criando todas as coisas que poderiam ser criadas quando, de súbito, um pequeno fragmento de estrela ainda não formada entrou negligentemente pelo buraco do seu nariz.

Espirrando estrondosamente, pensou:

"Isso não vai dar certo..."

E, de fato, não deu.

Espirro Divino fotografado pela Consciência Primordial da Entidade
Equivalente Oposta de Deus auto-denominada J. S. Curtis.

(Em tempo: Teólogos da Universidade Holística da Galáxia de Andrômeda acreditam, fundamentando-se em anos de estudos sobre a composição da cavidade nasal de entidades colaboradoras, ter sido a partir desta violenta e involuntária emissão de ar e muco divino que se formou o que posteriormente seria chamado de Vida, Universo e Tudo o Mais.)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Ira Divina

Jennifer Coll, da cidade de Loveland no estado do Colorado foi atingida, enquanto dirigia por uma estrada rural e rezava suas orações matinais, por uma marreta voadora.

Jennifer Coll
Imagino que, estadunidense que é, Jennifer seja protestante. Assim, provavelmente rezava para o deus tríplice Jeová - que a esta altura do campeonato já se desvinculou de seu próprio nome e é conhecido simplesmente por Deus-Com-Letra-Maiúscula - fervorosamente.

Como todos sabem, Jeová sempre foi meio megalomaníaco. Foi sua necessidade de conquistar cada vez mais fiéis que fez com que a Grande Batalha Dos Deuses Antigos começasse.

Desde os tempos imemoriais os deuses eram deuses de um povo ou região, e se contentavam tranquilamente em terem como adoradores os humanos pertencentes àquele povo ou àquela região. Uma vez ou outra um novo deus surgia de algum lugar obscuro e ermo e tomava o lugar do mais antigo através de pequenas batalhas ou jogos de sorte, e tudo acontecia como devia acontecer.

Até, é claro, a chegada de Jeová.

Fazendo uma excelente leitura de conjuntura, Jeová percebeu, há uns dois mil e poucos anos, que seus dias como deus patrono de uma nação específica estavam contados. Utilizando muito bem o dom da previsão do futuro próximo tipicamente divina ele viu que a humanidade estava se desenvolvendo cada vez mais, expandindo-se por locais antes inimagináveis, intercambiando ideias entre os povos, e, em breve, não só ele, mas também todos os deuses não teriam mais espaço para seus embates. O deus que quisesse sobreviver a estes novos tempos deveria se adaptar. E, em especial, deveria ser deus não mais exclusivamente de um povo ou região, mas deus de todos.

Com a estratégica jogada dupla de encarnar no mundo terreno assumindo o papel de seu próprio filho, tornando-se ele mesmo três e um ao mesmo tempo, acumulando assim poder e maleabilidade, e de associar-se deliberadamente a populações tipicamente expansionistas, possibilitando que a crença em si fosse disseminada por várias partes do mundo, Jeová conseguiu, no decorrer dos últimos milênios, vencer quase que absolutamente a batalha divina por fiéis.

Obviamente, esta vitória de Jeová - ou do Deus-Com-Letra-Maiúscula - não é reconhecida por nenhum outro deus. Deuses são, por excelência, egocêntricos e arrogantes e todos os que sobreviveram ao esquecimento, especialmente os que foram rebaixados à categoria de Mitos, ainda hoje buscam de algum jeito iniciar uma revanche. Dizem que o mais rancoroso de todos ainda é Thor, Senhor dos Trovões e proprietário da lendária Marreta Mjölnir, que nunca se conformou com o fato da barba de Jeová ser muito mais adorada do que a sua.

A pobre Jennifer Coll, senhora tranquila, fiel do Deus-Com-Letra-Maiúscula, foi apenas mais uma vítima destes inescrupulosos seres.

Thor, prestes a jogar sua marreta em Jennifer: 
"Minha barba é muito melhor do que a dele, bitch!"

...