Letrinhas miúdas agarradas,
frases pseudo-elaboradas,
rimas muito mal amarradas.
Ímpeto da escrita,
vontade que grita,
criatividade que hesita.
Misturo as letras, então,
sem que sejam sim nem não,
só para satisfazer a Inspiração.
Escrevo palavras jogadas,
com fita-crepe coladas,
num turbilhão liquidificadas.
Escrava da palavra escrita,
mesmo que esta se repita,
devo escrevê-la, de qualquer fita.
E jogadas no papelão,
tendo saído todas desta mão-contramão,
são minhas e delas, mais delas, sem comparação.
(Daqueles dias em que a Inspiração comparece e impõe respeito, mas a Criatividade está emburrada do outro lado da sala porque perdeu do Subconsciente três partidas seguidas de dominó)