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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Comunicado: Procura-se Uma Inspiração

Prezados leitores,

Minha Inspiração já começou sua farra de Ano Novo e está por aí, provavelmente jogada em alguma sarjeta, bêbada demais para sequer cogitar a possibilidade de voltar para casa.

(Ou seja: estou passando por um terrível período de bloqueio criativo.)

Peço desculpas aos frequentadores assíduos - se é que estes existem - e solicito encarecidamente que, caso algum de vocês aviste uma musa de cabelos coloridos e óculos escuros entornando garrafas de vinho e gritando impropérios linguísticos no meio-fio, por favor, mantenha uma distância segura da mencionada figura e, assim que possível, entre em contato com esta que lhes escreve.


Atenciosamente,
Caranguejo Excêntrico.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Breve Bate-Papo Com Minha Inspiração Alcoólatra

- Inspiração, você tá aí?

- Não.

- Saia desse quarto, Inspiração. É segunda-feira. Precisamos trabalhar.

- Não.

- Vamos lá. Não vai ser tão ruim assim, eu prometo.

- Não.

- Por favor, Inspiração. Faça esse favor para essa sua amiga descabelada.

- Não.

- Vamos lá, ânimo, menina!

- Não.

Silêncio.

- Você encheu a cara ontem, de novo, né, Inspiração?

- Só eu, né?

- ...

- Não.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Poema Rimado E Sem Conteúdo


Letrinhas miúdas agarradas,
frases pseudo-elaboradas,
rimas muito mal amarradas.

Ímpeto da escrita,
vontade que grita,
criatividade que hesita.

Misturo as letras, então,
sem que sejam sim nem não,
só para satisfazer a Inspiração.


Escrevo palavras jogadas,
com fita-crepe coladas,
num turbilhão liquidificadas.

Escrava da palavra escrita,
mesmo que esta se repita,
devo escrevê-la, de qualquer fita.

E jogadas no papelão,
tendo saído todas desta mão-contramão,
são minhas e delas, mais delas, sem comparação.

(Daqueles dias em que a Inspiração comparece e impõe respeito, mas a Criatividade está emburrada do outro lado da sala porque perdeu do Subconsciente três partidas seguidas de dominó)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Baile de Máscaras


Você já teve aquela vontade irresistível de escrever alguma coisa sem saber exatamente o quê cargas d'água você queria escrever?

É como se os Pensamentos, as Palavras e as Caraminholas Da Cabeça estivessem dando um grande Baile de Máscaras onde cada um deles podia ser o mesmo, ou nenhum, ou todos ao mesmo tempo.

A Idéia, ainda portando seu acento tal qual coroa de diamantes,
está em algum lugar desta festa. Apesar de não vê-la, eu posso sentir o seu perfume almiscarado. Está dançando valsa com seu vestido de babados, uma máscara brilhante colada aos olhos e um sorriso faceiro nos lábios. Sabe que é perseguida, que foi por um instante vislumbrada e, num impulso egoísta, torna-se invisível, esquiva-se no meio das mil duplas presentes no salão e desaparece, antes que seja possível destacá-la da multidão.

A Inspiração, esta ébria de vestido vermelho rendado e decotado para quem o copo encontra-se sempre meio cheio, busca em vão sua companheira entre os presentes, até encontrar a próxima garrafa de rum. E, então, fazendo um brinde em voz alta à Idéia, "aquela egoísta mal caráter que só olha pro próprio umbigo e não aceita o fato de que precisa tirar aquela coroazinha barata de diamantes falsos", convida todos os presentes a dançar o bom e velho Rock´n´Roll.

E o Baile de Máscaras continua madrugada a dentro, mesmo que você ainda não tenha certeza de que o que escreveu era, de fato, o que aquela vontade irresistível de escrever queria que você realmente escrevesse.



***

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ressaca Pós-Inauguração

A inspiração estava lá, jogada na sarjeta com meia dúzia de garrafas marrons de cerveja a sua volta. Seus cabelos cor de arco-íris caíam pesados sobre seu rosto translúcido e, não fosse o ritmado sobe-e-desce de seu peito, qualquer médico legista de esquina assinaria em dois segundos um atestado de óbito e sairia para surfar a pororoca na região amazônica.

- Oi, Inspiração? - eu disse, balançando a cabeça em desaprovação - Aproveitou bem a festa, foi?

- Huh - grunhiu ela - Arghjahgg hmmm rrhhjhjhj...

- Eu disse pra você não beber tanto. Ainda não está cem por cento bem, acabou de se reerguer das cinzas, pô! Qualquer um no seu caso precisaria de um tempo de resguardo, de descanso... cê não devia ter caído na farra tão cedo.

- Ahnggg... msssmmmm br.

- É sempre assim. Você aparece toda pimpona, diz que vai ficar e dá um vexame desses.

A Inspiração levantou a cabeça de leve, abriu os olhos violetas e tentou focalizá-los.

- Aahh... maasszzz... eu tô accquii... nãaum tô?

- Ah, tá. E de quê adianta, nesse estado? Vou escrever o quê, com você assim?

- Aaahhhhhhhhh, maszzzz adjianta, simmmm... olha zsóó, vo zte azjudar... vozscê vai ezscrevee... ezscrevee... zsobre... uma scherta Inzspirazzaaãumm... cque... ficquou bêbada... eee...

Fechei os olhos e contei até dez.

- Merda. Eu te odeio.

***

Olá. Meu nome é Ana Carolina e eu tenho uma Inspiração alcoólatra. Obrigada.

Manskaoosin: Re-criação

Eis que das profundezas obscuras do Castelo de Cartas Marcadas surge uma figura encapuzada e empoeirada.

Misturando-se à neblina espessa, disforme, toda panos e sombras, a figura ergue-se vagarosamente, revelando estatura imponente e assustando os pequenos momeraths que procuravam biscoitos de polvilho entre as árvores do Bem e do Mal.

Aproximou-se cautelosa das três velas cor de carmim, única iluminação naquela terra de sombras, estalando os ossos e as juntas enferrujadas dos anos sem uso.

Espreguiçou-se e bocejou, fazendo a chama daquelas pequenas fontes luminosas portáteis tremeluzir fracamente.

Num movimento brusco, tirou a capa cinzenta que a encobria e soprou vigorosamente as velas escarlates.

O mundo fez-se escuridão.

E então, da boca daquela figura outrora encapuzada, uma bola cintilante mais brilhante que o próprio Sol surgiu, elevando-se majestosamente para o Céu e ali fixando-se, tal qual pai de todas as coisas viventes sob a luz.

Agora aquele mundo viveria outra vez.

A figura outrora encapuzada ergueu as mãos para cima em adoração e tirou os cabelos cor de arco-íris do rosto. Possuía uma tez translúcida e enormes olhos violetas. Ela abriu seus lábios azulados, respirou profundamente e disse:

- E aê, negada! Sou eu! A Inspiração! Cadê todo mundo? Cadê o champanhe, a cerveja e o vinho? Acabamos de re-inaugurar um mundo onde tudo é possível desde que você não entre em pânico, precisamos MUITO beber até cair!

***

Bem-vindos a Manskaoosin!