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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Escrita corrida: Pensar.



Madrugada adentro, os pensamentos surgem.

Aparecem tímidos por entre as cortinas de veludo dos sonhos.

Estão nus, quase inconscientes.

Vestem-se, pois, com os mantos coloridos das palavras: tornam-se, eles, elas próprias.

Existem uma existência recortada, costurada a esmo com a frágil linha das letras e a agulha fina dos parágrafos.

São nada menos que uma colcha de retalhos: fragmentos únicos amarrados em uma imensa e colorida colcha de retalhos.

E, lá, neste pano recém-formado, transformam-se num todo.

Existem, então, como unidade - ainda que artificial.

São todos um só.

Riem, choram, surpreendem-se - nem se lembram, agora, de suas existências inconscientes e individuais.

(E são felizes por isso.)

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Escrita aleatória ligeiramente (?) psicodélica


Estrela. Guimba. Poente. Jacaré. Dândi. Caudaloso. Filho.

DROMEDÁRIOS!

Castelos de cera derretendo-se em pequenos cubos de açúcar cristalizado são quase, mas não exatamente, completamente diferentes de uma xícara de feijão com arroz, bife e batatas-fritas.

Os sapatos vermelhos da senhora de frigideira na cabeça não podem levá-la a lugar algum: nenhum deles sabe qualquer canção instrumental cantada pelos Rolling Stones.

A margarida esqueceu-se de que um dia foi rainha e de que tinha uma bergamota de estimação - mas os buracos-caleidoscópicos que se abriram em Galápagos nada tinham a ouvir com isso.

ORNITORRINCOS!

Mamão. Jaguatirica. Sílfides. Chorumelas. Taumaturgo. Polvo. Milho.

(E o que diabos carregando cargas d'água a joaninha amarela de óculos espelhados queria me dizer?)

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Quarentaedois.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Greve de Palavras

Eu só quero poder escrever!

Quero beber da fonte das palavras irreais.
Quero rasgar as amarras literatais e não literais.
Quero amarrar minhas ideias em frases teatrais.

Tenho muitos personagens esperando pra viver!

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Existem coisas que a Inspiração não compra. Para todas as outras existe uma Vontade de Escrever.





(Em Tempo: Rotina, sua egoísta, libere minhas palavrinhas!)

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Ode à Escrita

Palavras.

Letras pretas sobre o branco juntando-se aleatoriamente em conexidades linguísticas.

Frases.

Junções de caracteres em busca de sentidos gramaticais.

Contos (e poemas e romances).

Quebra-cabeças de pensamentos estrelados que não cabem em si mesmos e consolidam-se em constelações mágicas de fragmentos de linguagem.

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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sobre Pensamentos Livres e Ideias Intraduzíveis


Um mundo de ideias passeava pelo meu cérebro.

Pensamentos dançantes saracoteavam sem pudores por todos os lados, despidos de toda e qualquer regra gramatical ou coerência verbal.

Eram simples ideias existindo, pulsando, dançando a Macarena.

Pensamentos intraduzíveis vestidos de piratas jogando dominó.

Pensamentos apalavreados bebendo Dinamites Pangalácticas e cantando Roberto Carlos.

Pensamentos livres.

Pensamentos pura e simplesmente livres.

Tive então a ousadia de sentar-me à frente do computador para escrevê-los.

Forcei-os a parar, enfileirei-os, etiquetei-os.

Tentei persuadi-los a se submeterem à gramática, às letras, às palavras.

Mas eles eram livres.

Eram meus pensamentos livres e minhas ideias intraduzíveis.

Se os explicasse e os transformasse em palavras eles não mais seriam meus, não mais seriam livres.

Acabariam por se tornar apenas outra idéia jogada na prateleira do supermercado de ideias, comum, barata e empoeirada.

Não teriam mais a menor graça!

Resolvi então deixar que eles continuassem a fazer o que quer que um pensamento livre gosta de fazer com uma ideia intraduzível altas horas da madrugada e ir procurar por vida inteligente na mancha verde de mofo que surgiu no pedaço de pizza esquecido na geladeira desde o mês passado.

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terça-feira, 10 de julho de 2012

Afirmações


O céu cor-de-laranja é invisível.
Focinhos de porcos não são tomadas.
A sanidade mental não é plausível.
Certas coisas não precisam ser faladas.

Regras existem para serem quebradas.
Jacas deveriam nascer no chão.
Não se pode esconder a mancha com almofadas.
É bem mais divertido andar na contramão.

A vitrine das vaidades está embaçada.
Sempre é tempo de aprender coisas inúteis.
A faxineira anda muito atarefada.
As coisas daquela caixinha são absurdamente fúteis.

As paredes de tijolos estão quebradas.
O teto do castelo tem lascas de vidro.
As cartas do baralho estão todas marcadas.
O sábio da montanha não tem nenhum amigo.

O sino que toca não significa nada.
A velha atrás da porta não é ninguém.
As idéias do seu cérebro são abstratas.
As razões verdadeiras estão no trilho do trem.

Pelo Três Vezes Três e pelas Leis Cósmicas do Universo,
Amém.
(Além).

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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Livre Associação

Carteira, dinheiro, bolso, casaco, moletom, frio, inverno, neve, brancura, alvejante, limpeza, bolhas-de-sabão.
Livre associação?

(Ou não, porque perdi a inspiração.)

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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Vela


Iluminação!
Ideias de cera.
Será?

Transformação!
Têm cheiro de pera.
Quem dá?

Imaginação!
Comprada na feira?
Sei lá.

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Os mosquitos é que têm uma vida decente: Voam em círculos em direção à luz e morrem sem pensar em nada, queimados e contentes.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Nostalgia

Precisei arrumar meu armário por estes dias.

Buraco-negro que é, muitas coisas desaparecem em meio a túneis intergalácticos por trás daquelas portas de madeira e reaparecem séculos depois, empoeiradas e bêbadas, perguntando quem diabos são e se haverá lasanha à bolonhesa para viagem no jantar.

Encontrei um pote de sorvete esquecido desde o meu aniversário do ano passado com dois bombons e um chocolate com licor, seguramente escondidos para evitar possíveis intervenções gulosas de irmãs mais novas - mas que, talvez por vingança maligna das ditas-cujas, infelizmente estragaram-se antes que eu me lembrasse de sua existência e tornaram-se absolutamente não-comestíveis.

Encontrei também um tipo de nova civilização inteligente, composta de um emaranhado de fios de cabelo e tufos grossos de poeira cujo nível de desenvolvimento estava prestes a atingir o estágio espacial e cuja mitologia afirmava que, no Dia do Juízo Final, uma Terrível Besta Descabelada viria, empunhando o Maléfico Sugador Das Almas, e devastaria toda e qualquer forma de vida existente.

E encontrei, vejam só, algumas várias lembranças amarelecidas de um passado longínquo onde tudo era doce e intenso e minha vida era só poesia, emoções e garrafas de vinho.

Tombei fora os chocolates mofados, aspirei impiedosamente a civilização cabeluda.
E pendurei, carinhosamente e em pequenos potes ovais de cristal translúcido, as antigas lembranças fragmentadas no teto da minha alma.

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Que saudade do meu cabelo roxo!


XD

domingo, 13 de maio de 2012

Conselho do dia:


Olha bem por onde andas, ó Andarilho Louco, tua jornada pode estar apenas começando.

Não te apegues demais às lembranças cinzas das rupturas carnavalescas da Torre de Marfim; lembra-te que o Mago por ti espera em algum lugar, antes do Fim. 

A Lua Cheia espelha teu rosto; tempera com bom-senso os teus atos. Influenciado pelo Anjo Caído, paixões e diversões não deixarão de ser o teu fraco.

Por fim, é claro, não te esqueças, fica alerta; por trás de qualquer sofrimento há sempre uma porta aberta.

Fica em paz.
Namastê.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Eu quero...

Eu quero alguma coisa doce feito brigadeiro caseiro pra se comer de colher.
Alguma coisa que tenha cheiro de café fresquinho servido na hora e tato de plástico-bolha de televisão nova.
Eu quero uma coisa que seja coisa bonita como o por-do-sol em Águas, aconchegante como um chá quente no inverno, deslumbrante como um céu estrelado e grande e pequena como o próprio Universo.

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Depois da liquidação de verão as prateleiras do Mercado das Almas estão todas vazias.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Etecéteras


Interessante como as coisas são.
As palavras vêm e vão e pipocam feito bolhas de sabão.

Pensamentos pesados escorrem dos olhos e transbordam ilusões, sentimentos frustrados e algumas decepções.

O duende colorido que mora no jardim sopra seu cachimbo e cabeceia, triste.
A lagarta que morava ao lado desandou, virou alpiste.

Fantasmas do passado alheio surgem e chocam, e os pensamentos que nadavam na corrente perdem a boia e se afogam.

O que se achava certo torna-se incerto, as lembranças estremecem.
A razão tira férias e os sentidos padecem.

Mas o guardião do Castelo, ao ler as notícias, não contem a empolgação: da escuridão se faz a luz, do caos a criação.

A Feiticeira retira a carta do Mago de seu baralho e sorri.
Um oceano de mudanças espreita, as ferramentas estão todas aqui.

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