Noite estrelada - Vincent van Gogh |
As estrelas tem cor do gosto da água fria.
Sinestesia.
Da crista de uma onda de vapor inebriante posso ver o estrondo das ideias se liquefazendo e correndo em cascata pelos meus ouvidos.
Tudo é amarelo-ouro e alguns poucos grunhidos.
Palavras desconexas passeiam despreocupadamente por um deserto rosa e vermelho, pouco interessadas em se fazerem entender.
Uma árvore escura contra o céu de estrelas repassa toda a sabedoria humana para quem puder o acaso compreender.
Todas as perguntas para todas as respostas de todas as perguntas sapateiam graciosamente no salão de festas do meu cérebro, lutando ferozmente para saírem todas juntas, de uma só vez.
O som então se perde no labirinto confuso da cabeça ébria e trava na garganta, veste um esvoaçante manto de fumaça e mostra toda a completude do mundo em sua mísera pequenez.
...
Em um sonho de memória alterada encontrei os sentidos universais do cosmos e do que poderia vir a ser Deus.
No momento em que acordei, porém, tudo era cinza e fogo e eu não fazia mais ideia de quem eram os filisteus.
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