Era uma vez um grande herói superpoderoso.
Um dia, o vilão contra quem ele sempre lutara aposentou-se para abrir uma pequena loja de flores.
O super-herói teve então uma bonita epifania e destruiu ele mesmo toda a humanidade.
Fim.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Era uma vez #8
Chave de palavras:
Coisas da vida,
Era uma vez...
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Compartilhamento Aleatório Do Dia #2
Pequenas porções bem dosadas de melancolia são interessantes para observar a vida como poesia. Porque a poesia é orvalho, sim, mas também é como a nódoa do brim que faz com que o leitor satisfeito de si dê com o desespero.
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Quão egocêntrico é tentar carregar consigo todos os males do mundo?
(Quando a alma amanhece nublada, o melhor a se fazer é deixá-la chover.)
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Quão egocêntrico é tentar carregar consigo todos os males do mundo?
(Quando a alma amanhece nublada, o melhor a se fazer é deixá-la chover.)
Chave de palavras:
Coisas da vida,
Compartilhamento Aleatório Do Dia
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Reflexões de uma lagartixa
A lagartixa permanecia estática no alto da parede, observando com parco interesse os movimentos randômicos daqueles enormes seres desengonçados que perambulavam pelo recinto.
Que diabos de bichos seriam aqueles?, pensava ela com seus botões. Estavam sempre por aqui, por ali, por qualquer lugar para onde se dignasse a voltar seu olhar. Sempre correndo, apressados, mexendo em papéis coloridos, gritando palavras ininteligíveis uns para os outros.
Qual seria o objetivo da vida daquelas criaturas? Elas apareciam, faziam, aconteciam e desapareciam. E não serviam para absolutamente nada. As lagartixas, pelo menos, viviam a vida da forma como foi feita para ser vivida, ela pensava. Comiam insetos e eram comidas por cobras. E isso bastava.
Aqueles seres, por sua vez, pareciam nunca estar satisfeitos com o que quer que fosse. E tudo parecia girar em torno dos pedaços coloridos de papel que passavam das mãos de uns para as de outros.
Talvez os papéis coloridos equivalessem a bonitas e gordas baratas cascudas, pensou a lagartixa.
Então uma bonita e gorda barata cascuda apareceu, com uma aparência muito mais apetitosa do que a dos pedaços coloridos de papel das criaturas grandes e desengonçadas, e a lagartixa parou de pensar: precisava, mais uma vez, cumprir o seu papel belo no quadro da cadeia alimentar.
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Chave de palavras:
Contículos,
Lagartixa,
Pseudo-filosofias
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Conversa Aleatória Comigo Mesma #1
- Cara, tô de saco cheio.
- Saco cheio de quê?
- De qualquer coisa aleatória, eu acho.
- E como você sabe que esse saco está, de fato, cheio?
- Porque sei que ele não está vazio.
- E como você sabe que ele não está vazio?
- Porque acontece que ele está cheio.
- E se o saco estiver cheio de vazio, e vazio de cheio?
- Isso de fato iria incomodar-me muito mais.
- Pois então?
- Tanto faz.
- E agora?
- Agora nada.
- No mar?
- Em barris de cerveja.
...
Não se esqueçam de suas lunetas, os guarda-chuvas cintilantes andam muito convidativos por estes dias.
- Saco cheio de quê?
- De qualquer coisa aleatória, eu acho.
- E como você sabe que esse saco está, de fato, cheio?
- Porque sei que ele não está vazio.
- E como você sabe que ele não está vazio?
- Porque acontece que ele está cheio.
- E se o saco estiver cheio de vazio, e vazio de cheio?
- Isso de fato iria incomodar-me muito mais.
- Pois então?
- Tanto faz.
- E agora?
- Agora nada.
- No mar?
- Em barris de cerveja.
...
Não se esqueçam de suas lunetas, os guarda-chuvas cintilantes andam muito convidativos por estes dias.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Possível Conversa Entre Duas Figuras Muito Famosas Do Imaginário Cristão
Um boteco de esquina, duas figuras granuladas em uma mesa, garrafas de cerveja vazias a um canto, conversas aleatórias espalhadas ao acaso.
- Garçom, poderia trazer-nos uma porção de batatas-fritas, por favor? - pede a figura granulada de cabelos compridos e grisalhos, uma enorme barba cinzenta trançada em três partes e salientes bochechas rosadas.
- Batatas-fritas? Não sabia que você gostava dessas coisas - responde a figura mais jovem, bronzeada, com um cavanhaque negro no queixo triangular e enormes óculos escuros.
- Nada melhor do que batatas-fritas para acompanhar essas cervejas.
- E nada melhor do que estas cervejas para acompanhar de camarote esse nosso jogo com os humanos, não é?
- Eu disse a você que criar estas figuras seria divertido.
- Mais divertido ainda é jogar com a cabeça deles como estamos fazendo agora!
- Concordo com você. Um brinde a isso?
- Um brinde!
...
Chave de palavras:
Conjecturas,
Conversas,
Deuses,
Filosofia de Boteco
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Breve Bate-Papo Com Minha Inspiração Alcoólatra
- Inspiração, você tá aí?
- Não.
- Saia desse quarto, Inspiração. É segunda-feira. Precisamos trabalhar.
- Não.
- Vamos lá. Não vai ser tão ruim assim, eu prometo.
- Não.
- Por favor, Inspiração. Faça esse favor para essa sua amiga descabelada.
- Não.
- Vamos lá, ânimo, menina!
- Não.
Silêncio.
- Você encheu a cara ontem, de novo, né, Inspiração?
- Só eu, né?
- ...
- Não.
- Não.
- Saia desse quarto, Inspiração. É segunda-feira. Precisamos trabalhar.
- Não.
- Vamos lá. Não vai ser tão ruim assim, eu prometo.
- Não.
- Por favor, Inspiração. Faça esse favor para essa sua amiga descabelada.
- Não.
- Vamos lá, ânimo, menina!
- Não.
Silêncio.
- Você encheu a cara ontem, de novo, né, Inspiração?
- Só eu, né?
- ...
- Não.
Chave de palavras:
Conversas,
Inspiração
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Brindemos!
Brindemos, brindemos!
Tragam cervejas, cigarros e vinhos
e tudo aquilo o que nos abram os caminhos
dos sonhos, despertos ou distintos.
Brindemos, brindemos!
Teçam alegrias despreocupadas
e sensações ao acaso despejadas
sobre as sombras das simbologias atrasadas.
Brindemos, brindemos!
Bebamos quaisquer filosofias
e embarquemos nas suaves heresias
desencontradas das doces noites ébrias de boemia.
...
Brindemos, meus amigos, brindemos.
Às abstrações psicodélicas dos multiversos desconhecidos,
brindemos.
Chave de palavras:
Poesia,
Pseudo-poemas
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Realidade?
Fantasia, velha e encarquilhada,
observa tudo completamente calada.
Seu castelo de cartas a desmoronar,
seu reino a agonizar,
seu povo a expirar.
O templo da imaginação profanado,
a pseudo-realidade imposta sem agrado,
as mentes perdendo-se por meros trocados.
Mas em um mundo imaginado
os pássaros voam livres;
Suas penas estão queimadas.
E os sonhos,
ah, doces sonhos!,
tornam-se apenas contos de fadas.
(São Pedro, 05 de Janeiro de 2006)
Chave de palavras:
Fantasia,
Pseudo-poemas
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